Todos os homens são judeus
Para Bernard Malamud
Ouve ó Israel,
Eu sou judeu,
Minha mãe não, mas eu sou!
Saudoso do deus inexistente,
Vago estrangeiro de quarentena no deserto,
Em busca da Terra em que mana leite e mel,
Esperançoso do fim da interminável guerra dos dementes
E do encontro com a razão prometida no tempo das Luzes.
Persigo insistente a verdade oculta,
O justo, o belo, Talião, Nobel.
Por isso muitos me olham atrevessado.
Zombando das minhas feições tão germânicas quanto etíopes,
Do gordo vestindo Armani e com charuto cubano na mão,
Do famélico trajando listas e estrela num campo de concentração.
Ah! o rancor e a inveja...
É necessário rir. O riso é já vitória.
Rio de mim, rio do outro,
Em homenagem à grande comédia
Vida!
Riso que se segue ao choro,
Às vestes rasgadas, às cinzas lançadas às costas em sinal de luto,
Pelas mentes e pelos corpos arremessados nas covas coletivas.
Por que tanta inveja e tanto rancor?
Tolice! Sua mãe não é judia
Mas você é judeu, como eu.
Como todos os homens
Vagando pelo deserto
Ansiando por Israel.
20.6.2008
c cardoso
20 de jun. de 2008
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