5 de mar. de 2009
Educação pública fundamental - uma farsa
Constatei, hoje cedo, bem próximo de mim, e mais uma vez, a farsa que é o nosso ensino público fundamental. Parece que o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende. Uma pessoa que trabalha lá em casa, com 22 anos e no primeiro ano do segundo grau, veio mostrar-me, orgulhosa, o desenho que havia feito do mapa do Brasil, com as divisões regionais e estaduais, os nomes dos Estados federativos identificados pelas siglas correspondentes e as regiões por cores diversas. Elogiei o desenho. Para saber se ela estava mesmo aprendendo perguntei: "em que Região do Brasil fica o Maranhão? (Estado de origem da pessoa). Ela pensou um pouco e respondeu meio insegura:"Nordeste?!", Muito bem, eu disse, preocupado com a vascilação que precedeu a resposta. "E qual é a capital do Maranhão?" Ela não sabia a capital do próprio Estado. Perguntei, ainda, em que região está o Paraná. Ela não sabia..."Mas você não desenhou o mapa do Brasil há pouco!?" Percebi que ela havia se preocupado com os contornos do mapa mas não tinha atentado para o conteúdo dele. E o professor não parece cobrar atitude diferente. Em outra ocasião, a mesma pessoa veio mostrar-me o seu trabalho de inglês cheio de C vermelhos do professor pelos acertos. Ela tinha que prencher lacunas e o fez embasando-se nos exemplos. Seguiu direitinho o modelos. Perguntei se ela sabia o significado do que havia escrito e das frases que havia completado. Não sabia! A minha vontade foi de ir à escola e questionar a competência do professor de inglês. Esta pessoa estuda em uma escola pública localizada em um bairro de classe média de Brasília; imagino como é o ensino no entorno. Hoje fui para o trabalho com o estômago embrulhado de revolta. Não tenho dúvida de que uma educação séria e efetiva é fundamental para que as pessoas e seu país se desenvolvam sustentavelmente, embora eu não tenha a mesma obsessão - elogiável, diga-se -, do Senador Cristovão Buarque. Quando os governantes do Brasil vão parar de tratar do assunto com desleixo e vão adotar uma medida responsável a respeito? Sabe-se que o analfabetismo funcional interessa a muita gente que jamais seria escolhida, para um cargo público, por um eleitor culto e esclarecido. Cabe, portanto, a quem tem o privilégio da educação e da cultura pressionar os governantes a mudarem o atual percurso e, caso não o façam, tirá-los do poder.
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