21 de mai. de 2009


LOBO-GUARÁ

Nome comum: Lobo-guará ou lobo vermelho de “luvas” pretas
Nome em inglês: Maned Wolf
Nome em alemão: Mähnenwolf
Nome científico: Crysocyon brachyurus (Illeger, 1815)

Em inglês, a palavra “wolf” quer dizer lobo e a palavra “maned” pode significar crina de cavalo, juba de leão, longo cabelo no pescoço, etc.

Em tupi-guarani a palavra GUARÁ tem dois significados:
Guará (1): pássaro, ave das águas, pássaro branco muito comum nos manguezais (guará e garça).
Guará (2): o que devora , mamífero (lobo-guará) dos Cerrados e Pampas.

Este animal sempre foi chamado de lobo, entretanto o seu parente mais próximo é a raposa...


Distribuição geográfica: América do Sul – Argentina, Bolívia, Peru e, no Brasil, ocorre nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, nos Estados Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Goiás (GO), Minas Gerais (MG) e São Paulo (SP). Também podemos encontrar em: BA, DF, MA, PR, RJ, RS, SC, TO...
Hábitos alimentares: Carnívoro, onívoro
Reprodução: Gestação de 62 a 66 dias, cerca de 65 dias.
Período de vida: Aproximadamente 13 anos, podendo chegar a 15 anos de idade.

É o maior canídeo da América do Sul. A cor geral é laranja-avermelhada; pernas e focinho negros. Pelos longos e macios. Cauda relativamente curta com a extremidade branca. Cabeça pequena; orelhas grandes; focinho afilado.

Pernas muito compridas diferencia e espécie dos demais canídeos. Habita lugares com muita vegetação natural; campos próximos a baixadas com capoeirões ou matas arbustivas.

Alimenta-se de insetos, roedores e aves e frutos silvestres com preferências aos frutos com muita polpa. Hábitos crepusculares noturnos; solitários e nadam muito à procura de alimento.

Originalmente, o lobo-guará era uma das espécies de canídeos mais típica do Cerrado brasileiro. Os longos membros e a pelagem vermelho-dourado, associada a uma crina negra que se estende do alto do crânio até as primeiras vértebras lombares, são características distintas da espécie.

As populações têm sofrido considerável declínio ao longo de sua área de ocorrência devido à constante expansão das fronteiras agrícolas e à caça predatória. O lobo-guará habita regiões de campos com vegetação arbórea escassa. Apesar de menos frequente, a espécie pode ainda ocupar áreas de banhados e alagados, assim como campos de altitudes situados acima de 1.500 metros.

De hábito noturno, o lobo-guará adulto pesa cerca de 20 a 30 quilogramas, mede 145 a 190 centímetros de comprimento e 80 cm de altura. É um animal solitário. Embora o casal ocupe a mesma área, completa sobreposição, as interações são raras, ocorrendo apenas na época de reprodução. Em cativeiro o período reprodutivo situa-se entre os meses de dezembro a junho.

O tamanho médio da prole é de 1 a 5 indivíduos. Em geral, apenas um adulto é responsável pelo cuidado dos filhotes (principalmente as fêmeas), o que dá por curto período de tempo, embora em cativeiro tenha sido registrada a participação do par reprodutivo nesta atividade.

Mas em cativeiro as fêmeas costumavam comer os filhotes... Descobriu-se porém que na natureza a “loba” troca os filhotes de toca a cada três dias, para enganar os predadores e, quando os zôos fizeram recintos com várias tocas, a reprodução tornou-se mais fácil.

A espécie pode ser considerada onívora (se alimentando de carne e frutos). Amostras de fezes coletadas em várias áreas estudadas revelam que em termos de volume, a lobeira ou fruta-do-lobo é um dos itens mais importantes na dieta.

Entre os outros componentes alimentares se destacam pequenos mamíferos e répteis, ratos, pássaros, lagartos, tatus e também outros frutos. Em várias localidades no Brasil são registrados ataques sobre criações de galinhas, especialmente durante a estação de reprodução.

São territoriais, ocupando o macho e a fêmea uma área de 25 a 30 quilômetros quadrados, dependendo da distribuição e abundância de recursos alimentares. Os conflitos intra-específicos originários das disputas territoriais são mais frequentes entre machos e se resumem a vocalizações e marcação de cheiro.

A perda de hábitat é uma das principais ameaças à sobrevivência desta espécie, sendo que grande parte de sua área de distribuição foi ocupada por empreendimentos agropecuários, embora alguns autores sugiram que as populações do lobo-guará possam se beneficiar dos primeiros estágios de desmatamento de uma área.

A predação ocasional direcionada a criações domésticas torna a espécie sujeita a pressão de caça. Sua suscetibilidade à doenças como parvovirose é responsável pela mortalidade de muitos indivíduos ao longo de sua área de ocorrência.

Aliado a esses fatores existem ainda as crendices populares, que associam a utilização de partes do corpo do lobo-guará à cura de doenças, ao aumento da potência sexual e à redução na incidência de picadas de cobra...

A criação em cativeiro não tem tido muito sucesso devido à alta taxa de mortalidade encontrada nas ninhadas. Em média, registra-se uma taxa de sobreviência em torno de 20%, sendo as principais causas da mortalidade a parvovirose dos filhotes provocado pelo estresse do cativeiro. A mortalidade também é alta entre os animais adultos, devido a infecção renal causada por parasitas.


O desenvolvimento de pesquisas para melhoria da reprodução desta espécie em cativeiro, bem como o tratamento daqueles apreendidos em criadouros ilegais, são medidas significativas para sua proteção. Grande parte dos animais apreendidos nestas condições morre em consequência da falta de cuidados básicos.

Campanhas de conscientização para a proteção da espécie podem reduzir a pressão de caça, inclusive através da desmistificação de crendices populares. Um controle mais eficiente sobre queimadas e desmatamentos é também uma medida importante para assegurar a disponibilidade de hábitat e de recursos alimentares para o lobo-guará.

No Parque Ecológico de Americana – São Paulo, um casal vive desde 1998 e é a primeira vez que se reproduz. Foi visto cruzamento nos dias 27 e 28 de março e na tarde do dia 29 de maio, nasceram 3 filhotes. A fêmea, que ocupa a toca principal do recinto, onde ocorreu o nascimento, passa o dia cuidando dos filhotes ou dormindo. O recinto de 776 metros quadrados foi isolado parcialmente da visitação pública com um fechamento utlizando um pano na tela da frente, evitando que os pais e filhotes fiquem assustados e esteja assegurado o sossego dos animais.

03/2005 – No Zooparque de Itatiba, também no Estado de São Paulo, existem 5 deles!

Curiosidade: na simbologia o lobo recebe inúmeras interpretações... Está associado ao demônio, às assombrações (mitos como o do lobisomem, por exemplo), mas também com a luz (por enxergar bem na escuridão) e com o espírito. Na China, é tido como o guardião das esferas celestiais. Na tradição ocidental, ele representa a figura do mestre, do instrutor espiritual. Símbolo da lua na antiga Grécia e das forças favoráveis na Roma dos Césares. Gêngis Khan, o grande conquistador mongol, possuía como ancestral um mítico lobo azul...

Fonte: www.girafamania.com.br

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