8 de jun. de 2009
1984, o filme
Assisti, no Sábado, o filme “1984”, versão cinematográfica da obra-prima de George Orwell, felizmente relançado em DVD. É um filme pesado, chocante pelo realismo, com cenas de lavagem cerebral, de enforcamentos, de fuzilamentos e de torturas. Talvez por ser mais acessível, do que o livro, a um público maior e menos letrado, ele seja mais eficiente quanto ao alerta contra os regimes políticos autoritários e devia ser mais divulgado. Ele ressalta características comuns a esses regimes, sejam eles de direita ou de esquerda: a supressão das liberdades individuais, sob o argumento de que o fazem em prol da coletividade, a começar pelas de pensamento e de imprensa; a manipulação das massas e das informações a elas destinadas, criando algo como que um estado de hipnose coletiva; a dominação por um partido único, O Partido, tratado como ente sagrado, inatacável, sob a liderança de O Líder, insubstituível, intocável, mítico, messiânico (culto à personalidade tão bem conhecido); a submissão dos opositores do Líder e do Partido à degradação física e moral, sob os aplausos da opinião pública, apontando-os como traidores da pátria e inimigos do povo, a serviço de grupos terroristas ou de interesses estrangeiros e de países imperialistas. Medidas adotadas pelos governos, tendentes a suprimir liberdades individuais, a calar a Imprensa, a manipular massas e informações, a ocupar a máquina estatal com membros do Partido, a endeusar o Líder, a eliminar a oposição, devem ser vistas como ameaça à Democracia e ser coibidas antes que seja tarde demais.
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