28 de abr. de 2009

Tributos

É possível que muita gente visite este blog esperando encontrar poesia ou crônicas divertidas e se decepcione por esbarrar em frequentes críticas ao Brasil e ao Estado brasileiro. Eu sei, ninguém gosta de ouvir críticas o tempo inteiro. É mesmo desagradável topar com alguém que só fala do lado negativo dos acontecimentos. Crítico de qualquer coisa é visto com reservas, porque, não raro, ele se situa na posição cômoda de quem apenas observa, sem jamais arriscar a por as mãos à obra. Eu também, claro, prefiro o que provoca regozijo ao que causa irritação. Não quero ser aquele de quem as pessoas fogem porque só fala do lado sombrio da vida. Por isso, desejo dar ênfase ao que eleva. Hoje, porém, é inevitável que eu aborde ainda um tema incômodo. É que, a exemplo de milhões, tive de prestar contas à Receita Federal e, pior, além da percepção do quanto de impostos eu paguei no ano passado, vou ter que pagar mais para saciar o insaciável apetite do Leão, consciente de que esse dinheiro vai para patrocinar a campanha eleitoreira da Dilma, a retórica burlesca do Lula ao redor do mundo, a falta de brio dos políticos de todas as esferas da Federação e de todos os Partidos, a vaidade do Judiciário, a ineficiência da burocracia estatal... Quando eu preciso da Saúde pública, da Educação pública, da Segurança pública, do transporte público, eles me viram a face e apontam o dedo para a iniciativa privada, a quem os hipócritas do Partido e seus aliados adoram destratar. Cospem no prato em que se lambuzam. A história mostra que muitas nobres cabeças rolaram e muitas revoluções foram feitas devido à cobrança abusiva de tributos e ao uso indevido dos recursos arrecadados. Mas no Brasil, depois de Tiradentes, ninguém quer arriscar a perder o pescoço. Como eu também não, resta-me gritar mas pagar.

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