27 de jul. de 2009

amor de boa qualidade

O psiquiatra Flávio Gikovate ensina que a paixão é o amor de boa qualidade acrescido do componente medo. Diz ele: “Quando o medo diminui, a serenidade chega ao amor. Quem tem coragem de enfrentar o início turbulento vive a melhor das relações”. Quando se vence o medo, permanece este amor que ele chama de “mais amor” ou “amor de boa qualidade”, em que presentes o aconchego, a harmonia, a serenidade. Esta relação amorosa representa o porto seguro no qual todos procuramos atracar em meio às intempéries da vida. Meus filhos, parece-me, venceram o medo e encontraram este porto. Estou muito feliz!
Não há manual de amor de boa qualidade nem eu sou mestre no assunto, apesar de ter amado muito e continuar amando muito. Mas faço aos meus filhos algumas recomendações, frutos da experiência, para que eles construam permanentemente a sua felicidade e conservem o amor que hoje vivenciam:

i. Valorizem as afinidades, os interesses comuns, os projetos comuns;
ii. Comuniquem-se muito e sempre: nunca digam menos nem mais do que é preciso ser dito; o casamento é um acordo de vontades em que se estabelecem as regras para esta que deve ser a mais íntima e profunda das relações; estas regras devem ser claras. A relação deve pautar-se pela transparência e pela sinceridade;
iii. Sejam amigos íntimos que se aconchegam física e intelectualmente; a palavra chave é “cumplicidade”;
iv. Respeitem a liberdade e a individualidade do outro. Amor e liberdade não são incompatíveis; amor e irresponsabilidade, amor e mentira, estes o são;
v. Não desistam fácil, diante da primeira ou segunda dificuldade encontrada. Toda relação, como tudo na vida, tem seus altos e baixos. Porém, fiquem atentos: o prazer deve prevalecer sobre a dor; se a dor vira sofrimento, e passa a preponderar, é preciso fazer algo urgente, porque, parodiando Roberto Freire, sem tesão não há razão.

21 de jul. de 2009

Complices

Cómplices
Luis Miguel

Composição: Indisponível

Eres tú en el delirio en la pasión
Mi aliada en fantasías
Erotismo sin medida que supera la razón

Eres tú en el delirio en la pasión
La respuesta enloquecida
Que supera siempre a mi imaginación

Inventamos maquinamos
Situaciones no estrenadas
Provocamos con palabras
Nuestro fuego abrasador

Tú y yo somos cómplices en el amor
Lo que quieres tú lo quiero yo
Lo que nadie nunca se imaginaría
Las locuras más divinas

Tú y yo somos cómplices en el amor
Lo que piensas tú lo pienso yo
Lo que sientes tu, es lo que siento yo
Y es por eso que morimos abrazados en un beso
Nadie sabe lo bonito que es amarnos tú y yo

Eres tú en el delirio en la pasión
La respuesta enloquecida
Que supera siempre a mi imaginación

Inventamos maquinamos
Situaciones no estrenadas
Provocamos con palabras
Nuestro fuego abrasador

Tú y yo somos cómplices en el amor
Lo que quieres tú lo quiero yo
Lo que nadie nunca se imaginaría
Las locuras más divinas

Tú y yo somos cómplices en el amor
Lo que piensas tú lo pienso yo
Lo que sientes tú, es lo que siento yo
Y es por eso que morimos abrazados en un beso
Nadie sabe lo bonito que es amarnos tú y yo

Meu bem, meu mal

Meu Bem, Meu Mal
Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso

Você é meu caminho
Meu vinho, meu vício
Desde o início estava você

Meu bálsamo benígno
Meu signo, meu guru
Porto seguro onde eu voltei

Meu mar e minha mãe
Meu medo e meu champagne
Visão do espaço sideral

Onde o que eu sou se afoga
Meu fumo e minha ioga
Você é minha droga
Paixão e carnaval

Meu zem, meu bem, meu mal

14 de jul. de 2009

festas julinas


Julho é um mês especial, cheio de datas importantes, a começar pelo dia 1º, dia do meu aniversário. Depois, July 4th, Independence Day, dia 13, Dia do Rock´n´Roll, hoje, 14 Juillet, La prise de la Bastille, dia nacional da França. Ontem, foi dia de agradecer aos roqueiros que me mostraram o valor da arte como meio de provocação, de estímulo ao inconformismo, e de prazer também, claro. Faz chacoalhar e gritar. Para citar alguns que admiro e que sempre me provocam o desejo de pegar uma guitarra e sair cantando e pulando: The Beattles, The Who, Led Zepellin, Deep Purple, Queen, Dire Strait, Eric Clapton, Santana, U2, Pearl Jam, Legião Urbana, Barão Vermelho, O Rappa...Vê-se que é o mês de revoluções. Revoluções voltadas essencialmente para a liberdade individual (é verdade que a revolução francesa depois desandou a rolar cabeças)em oposição a castas privilegiadas instaladas no Estado (L´Etat c´est moi). Revoluções trazidas pelas luzes que desafiaram eras de trevas, em que a razão passou a sobrepor-se aos mitos e a vencer as forças que castravam a criatividade e o desenvolvimento humano, as mesmas que estabeleceram ser proibido comer do fruto do conhecimento, ser proibido pensar. O Rock´n´roll nos grita: este quadrado no qual nos querem manter presos é muito pequeno para nós! Eu digo: a exemplo do que ocorre com o som da guitarra e da bateria, viver deve ser um processo de expansão não de contração. Seja livre e celebre todo dia a liberdade.

9 de jul. de 2009

Deu vontade de ir embora

Lauro Jardim noticiou em seu blog na Veja.com que uma pesquisa feita pelo Senado concluiu que menos de 30% dos entrevistados sabiam que Sarney era presidente do Senado e estavam a par dos últimos escândalos daquela casa, e que, destes, em torno de 70% achavam que Sarney estava conduzindo de forma razoável, boa, ou ótima, a situação. Se eu não fosse um brasileiro típico, resultado de uma miscigenação centenária, estaria pedindo, como muita gente, a nacionalidade italiana ou espanhola, para escapar o mais rápido possível dessa ilha de loucos. Claro, se a pesquisa é séria ( será que pode vir algo sério desse Senado?), a maioria dos brasileiros é ignorante, a outra, em sua maioria, é lunática. Sarney (e Lula) alega que a sua história merece respeito porque ele não é um cidadão comum. Pelo o que ele fez pelo Brasil. Bom, tudo o que ele fez pelo Brasil foi um desastre, desde os seus planos econômicos, até o desenvolvimento do Maranhão e do Amapá. Vamos acordar ou não. Ou será que devo seguir o conselho dos militares na época do Médici: ame-o ou deixe-o!?

8 de jul. de 2009

Política brasileira

Nas próximas eleições parlamentares precisamos limpar o Congresso Nacional, renová-lo inteiramente, não reelegendo ninguém, muito menos a turma do Sarney e do Mercadante. Nas presidenciais, nada de gente do Sr. Lula. Basta de corrupção! Basta de políticos se lixando para nós e mentindo descaradamente ao afirmar que tudo o que há de bom foram eles que fizeram e tudo o mais é culpa dos outros. Chega de sustentar com o nosso dinheiro, duro de ganhar, os privilégios de uma "nobreza" tardia, medieval, que usufrui da boa vida às nossas custas sem efetivamente trabalhar, produzir, merecer os frutos do capitalismo que tanto condenam. Queremos uma República de verdade, onde todos são iguais perante a lei, e usufruem segundo o seu mérito, e são punidos segundo o seu demérito. Não admitimos que nos imponham a condição de vassalos. Queremos um país em que prevaleça a liberdade pautada pela responsabilidade, em que haja mais ética e menos violência, mais oportunidades e menos paternalismo hipócrita. Queremos um país civilizado, não um país bárbaro.

7 de jul. de 2009

O escritor pós-moderno Neil Gaiman é um dos mais influentes e interessantes da atualidade.


FLIP Gaiman e Dawkins


No ano passado, tentei ir ao Festival Literário de Paraty para conhecer de perto Neil Gaiman, não consegui. Este ano, nem tentei, mas gostaria de ter ouvido de viva voz Richard Dawkins. Gaiman produz o que há de melhor em ficção, Dawkins acerca da realidade, ambos com paixão, sem o que nada de grandioso se faz. Gaiman é um artista que cria deuses e demônios, anjos celestiais e anjos caídos, vampiros e vampiras, seres que povoam nossos sonhos e nossos pesadelos. É um ficcionista extremamente hábil, que se vale com perspicácia dos mitos elaborados por nossa cultura para contar histórias fascinantes. Já Dawkins é um cientista, icnoclasta, polemista de mão cheia. Sua obra é voltada para enobrecer a razão e destruir mitos, especialmente um: o deus das religiões monoteístas. Ele defende e esclarece Darwin e a teoria da evolução como ninguém, nos mostrando o que efetivamente somos ( nada a ver com reencarnações quânticas). Suas ideias fascinam igualmente e convertem. Não há contradição em admirar um e outro, um e outro atuam em campos diferentes, ambos igualmente relevantes. O primeiro com o lúdico, o outro, com o real. O lúdico torna o real suportável, mais leve; o real revela a verdade necessária, sem a qual vive-se alienado, zanzando sem rumo nos corredores do hospício. Tanto Gaiman quanto Dawkins exalam arte. O essencial é saber distinguir a ficção do real e o papel de uma e de outro, e se deliciar com os dois.

6 de jul. de 2009

4 de julho

Viva a Liberdade!


meu aniversário

Semana passada, 1 de julho, fiz 48 anos de idade. Até então, a data do meu aniversário produzia em mim questionamentos existenciais tão angustiantes que, não raramente, eu vivenciava momentos de crise pela falta de respostas convincentes. Experimentava uma insatisfação permanente por não compreender com clareza a razão do meu existir, a causa e o fim de tudo, apesar da busca quase que insana em livros escritos por pessoas do Ocidente e do Oriente, consideradas sábias ou iluminadas, fundadoras de escolas filosóficas e religiosas, exotéricas e esotéricas.
Não só li muito, mas refleti muito, e até meditei e rezei, submetendo-me a rituais cansativos e vazios de verdade, criados por castas sacerdotais para controlar o inconformismo humano pela manipulação do medo da morte que tende a dominar a nossa natureza. Eu nunca tive medo da morte e, por isso, os sacerdotes nunca conseguiram me controlar. Porém, uma coisa me acorrentava: a crença, passada de pai para filho, de que a resposta às minhas dúvidas estava em Deus e que, se eu conseguisse me comunicar com ele, eu alcançaria a verdade tão procurada. “Eu sou a verdade, o caminho e a luz...”, disse Jesus. Eu sempre tive muita ânsia de saber e de viver com sabedoria, para não morrer em vão. Por que não tentar, por meio dele!?
Mas dele só conheci o silêncio e a sombria presença de um pai castrador, com o seu dedo inquisitor apontando para minha face. Percebi, então, que o problema era este: crer em Deus. A partir do momento que me libertei de Deus e de seus sacerdotes, eu descobri a liberdade de ser, a alegria de ser. Percebi que a vida é isso aí, a vida simplesmente, sem explicação. Ou melhor, sou resultado da seleção natural. E isso só pode ser motivo de alegria. Eu venci, e os meus descendentes hão de vencer, porque eles e eu usaremos os meios que a evolução nos ofereceu para superarmos os limites traçados pelo ambiente hostil. E vivo o agora, sem culpa. Não sou irresponsável, mas não sou responsável pelas mazelas do mundo. Sou responsável pelos meus atos apenas. Segundo a ética utilitarista na qual acredito, com base na razão. Segundo o humanismo secular. Por isso, nestes 48 anos não enfrento crises. Sinto-me feliz, preparando-me para os 50, meio século de existência, marco existencial. E, desde já, me preparo para comemorar os 50 na Grécia, berço desta civilização que eu amo, Grécia que nos ensinou a filosofar e nos legou sabedoria a respeito do que há de mais fascinante: o ser humano e o Cósmos no qual ele está inserido.