5 de fev. de 2010

Os jornais de 2 de fevereiro deste ano noticiaram a reação da China contra a confirmação da Casa Branca de que Barack Obama irá receber o Dalai Lama ainda este mês. A BBC-Brasil relata a ameaça de um representante chinês:
“Zhu Weiqun, uma autoridade do Partido Comunista chinês, afirmou que vai haver uma ‘ação correspondente’ caso o encontro realmente ocorra.
‘Isso vai prejudicar muito as fundações das relações políticas entre Estados Unidos e China", afirmou. "Se acontecer, vamos tomar medidas correspondentes para fazer com que os países relevantes compreendam seus erros.’"
Não sei a que tipo de ação correspondente a autoridade chinesa se refere, mas é um sinal de que as demais economias devem se preocupar com a sua crescente dependência da economia da China, e reagir para não cairem subjugadas. A China mostra cada vez mais sinais de que é mesmo um dragão que se agiganta e que impiedosamente devorará os que atravessarem o seu caminho.

O domínio começa pela economia, depois abrange a política. Tanto assim que, apesar do tratamento que a China dá a opositores do Partido Comunista, a minorias étnicas, e a grupos religiosos, por exemplo, com violação dos direitos humanos por meio da tortura ou de prisões sem o devido processo legal, e da restrição a direitos fundamentais como a liberdade de pensamento e de expressão, poucos países atrevem-se a criticar o regime chinês e a tomar medidas sancionatórias semelhantes às adotadas em relação a outras nações que não possuem o mesmo poderio nem a mesma agressividade.

Um dia desses vi, no Globo News Painel, dois economistas brasileiros aceitarem com tanta naturalidade o autoritarismo do regime chinês que fiquei pasmo. Disseram que lá só não pode falar mal do governo, do PC, do Estado chinês, o resto tudo pode...e que a maioria do povo chinês está preocupada apenas em ganhar e gastar dinheiro. Um dos economistas, especialista em comércio exterior, disse que ele faz negócios com a China há 30 anos e nunca percebeu a repressão que anunciam por aí. Chegou a sugerir que existem outras formas de democracia que não a Ocidental e que as críticas à China decorrem da visão etnocentrista européia!!! É um exemplo alarmante de como pesam os negócios da China.

Barack Obama merece aplausos ao mostrar para a China que não é o Partido Comunista chinês que vai dizer aos Estados Unidos da América quem os norte-americanos devem ou não receber em sua casa. Merece aplausos também ao não se intimidar e por acolher o lider refugiado de um povo oprimido que tem muito a dizer a respeito da liberdade e da ausência de liberdade. Que mais lideres não se acovardem e sigam o exemplo do Presidente norte-americano!

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