20 de set. de 2009

religião = ilusão

A maioria das pessoas prefere permanecer iludida a encarar a verdade. Prefere a ignorância ao saber. Dados estatísticos divulgados por institutos de pesquisas como o IBOPE ou a DATAFOLHA acerca do que os entrevistados pensam, indicam esse fato. No âmbito da política, por exemplo, só a cegueira coletiva e a acomodação social justificam a aprovação do Presidente da República e do seu Governo, por mais de 60% da população brasileira, diante dos escândalos sucessivos envolvendo pessoas do círculo íntimo de Sua Excelência e por ele apoiadas, como também do suporte por ele oferecido a regimes com tendências anti-democráticas e anti-brasileiras, para se dizer o mínimo. A verdade é, seja ela prazerosa, seja ela dolorosa. A ilusão é construída segundo a conveniência, visando aliviar dores ou consciências. Ela não é negativa em todas as cisrcunstâncias. Faz bem assitir um filme como Ghost, ou ler um livro como O Diário de um Mago, e se integrar à história. Não há mal nenhum, também, em pular alucinadamente o carnaval trajando o personagem que mais agrada ao folião, desde que a extravagância não cause dano a terceiros. É mais do que provável que sem a fantasia a vida seria insuportável. O problema se apresenta quando ela deixa de ser percebida como uma válvula eventual de escape e passa a se confundir com a realidade. Aí então passa-se ao estado de alienação prevalente, à insanidade. Disse-me uma terapeuta que o saudável não é eliminar dentro de nós o que escapa à razão, mas se mover entre o racional e o imaginário sem perder o controle. Uma coisa é a pessoa beber moderadamente, experimentando os efeitos saborosos que a ingestão da bebida alcoólica provoca em seu cérebro; outra, ela estar permanentemente alcoolizada... Este assunto trago agora, não para tratar de política. Em outra ocasião, certamente. Mas, neste momento, desejo falar de religião. A religião, seja qual for, é um sistema composto de ilusões derivadas de um delírio, como assinala Richard Dawkins: de deus (ou de deuses). Cito um exemplo mais próximo de mim, que eu conheço melhor: o do Cristianismo. O Cristianismo foi elaborado a partir da história de um homem que se dizia deus, único caminho e única verdade, concebido por obra de um espírito santo, nascido de uma virgem, no meio do povo escolhido e na terra santa, crucificado, morto, ressuscitado ao terceiro dia, e, desde então, sentado à direita de deus-pai, no céu, para julgar vivos e mortos. Há inúmeras histórias como essa, de outros deuses e iluminados, de super-heróis, de extraterrestres, de vampiros e outros imortais, de bruxos e bruxas, de duendes e por aí vai, várias dando origem a legiões de seguidores cuja crença é vista, inclusive pelos cristãos, como coisa de malucos ou diversão de nerds. Só que a história de Cristo e a crença nela influenciaram a história do planeta como nenhuma outra, produzindo mais ódio do que amor, mais separação do que religação, mais obscuridade do que luz. A fé cega e a intolerância para com quem não é o "próximo" não é uma caracterísitica só do Cristianismo, é certo. Nem só das religiões monoteístas. Quanta violência foi causada em nome do Hinduísmo e da arcaica sociedade de castas por ele estabelecida, preservadas as vacas sagradas? É próprio das religiões em geral rejeitar sem debate crítico tudo o que for contrário aos seus dogmas, e não aceitar dúvidas, contestações. É fato que regimes embasados no materialismo também perseguem até a morte os que não se conformam à ideologia dominante, mas o que é o comunismo senão uma religião sem deus!? Tudo com assento em delírios que conduzem a vida de milhares de pessoas. Uma pesquisa feita pelo IBOPE em 2004 verificava que 31% dos brasileiros acreditavam que Deus criou o homem a menos de 10.000 mil anos e com as caracterísitcas atuais, em consonância com a bíblia; apenas 9% criam na evolução gradual do ser humano nos termos da teoria darwinista, sem a interferência de um deus. Não é à toa que cada vez mais vozes se levantam contra a religião e assumem o ateísmo: são vozes em defesa da razão e da verdade. Vozes como a de Dawkins, Carl Sagan, Bertrand Russell, Sam Harris, Christopher Hitchens, Daniel Dennett, Michel Onfray, Luc Ferry, Peter Singer...que conclamam as pessoas a abandonarem essa atitude de torpor provocada pelo ópio e a buscarem a verdade verdadeira valendo-se da razão como mestre, da dúvida como método, da filosofia como formadora e da ciência como informadora. A nossa vida, como se sabe, é feita de escolhas que podem resultar em muita felicidade ou muita dor. A probabilidade de nossas escolhas serem acertadas será tanto maior quanto maior for o nosso conhecimento da realidade.

A propósito dos males causados pelas religiões, recomendo o documentário Religulous, de Larry Charles, com Bill Maher.

Um comentário:

Beth Ghimel disse...

querido lobo, detalhe o homem em questão, jesus, não se dizia filho de DEUS, foi no concilio de Nilceia no seculo IV que a cupula da igueja catolica apostolica ROMANA decidiu q ele devia ser divino.. dai p ca essa ideia só tomou força. Uma religião cujas bases é uma plataforma de cristal um dia quebra...