5 de abr. de 2008

olha a imensidão

Olha a imensidão do mar, Olívia
Lá embaixo, provocando o rochedo com sua saliva
Suspirando que ele não é sólido o bastante
Para impedir que eu me lance num rompante
Em direção ao aconchego do seu abraço


Mira o azul – ou verde – que cerca os abrolhos
O mesmo azul – ou verde – lânguido dos seus olhos
Ele me diz: pula, não tema, eu te seguro
Não há no mundo conquista verdadeira sem apuro
Ah! quanta dúvida agrilhoando o meu passo


Diga-me, em meu desespero, o que faço
Minha doce Olívia, para vencer a corvadia,
Para nadar nas profundezas e voar no espaço

Ou devo resistir e deitar na rede, na varanda ao lado
Que não sou peixe nem pássaro que vadia
Sou só um louco da imensidão do mar enamorado


C Cardoso

2 comentários:

Lucas disse...

Bela poesia

NÃO SOMOS APENAS ROSTINHOS BONITOS disse...

Eu adorei essa poesia...gostaria de ter tido o seu talento para tê-la escrito.
Escreva mais...você pode!
Beijocas, Tania.