12 de abr. de 2008

Quebrar o ovo…destruir um mundo. A todo instante a vida está oferecendo mudanças para que a estagnação e o tédio não dominem a existência, transfomações mínimas em alguns momentos, revoluções em outros. Pequenas mudanças são, habitualmente, bem-vindas; as radicais provocam, quase sempre, medo, quando não pânico. Tem alguma relação com a preservação da espécie, com o instinto de sobrevivência que nos leva a assumirmos posturas conservadoras. Porém, em diversas situações, a preservação depende da ousadia. E sobreviver não é o bastante, é necessário existir, e existir em plenitude. Buscamos ansiosamente a estabilidade: na família; no trabalho, nas finanças, em uma construção religiosa ou filosófica dogmática…mas a estabilidade conquistada jamais sacia. Porque, nada é verdadeiramente estável; tudo passa, já dizia Teresinha de Jesus, embora ela ressalvasse Deus. Por isso, a estabilidade é incapaz de suprimir as angústias advindas do ser, daquele ser que deseja mais do que retornar ao pó depois de ter sido conduzido uma vida inteira por cordas invisíveis manipuladas por um deus com um humor bipolar. Se queremos controlar os nossos passos, e deixar os seus rastros na Estrada – conscientes de que, um dia, também eles se apagarão - , não podemos temer a instabilidade, porque é dor inútil ir de encontro ao inevitável. E se pretendemos avançar de modo efetivo, para, no final dos dias, suspirar que valeu a pena, precisamos de coragem para agir quando se deve agir e destruir o velho para permitir o nascimento do novo. Não que tudo o que é velho mereça ser substituído pelo novo. Mas tudo pode e deve ser transformado em algo melhor, sob pena de ser extinto pela implacável evolução.

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