15 de set. de 2008

Celebrar a liberdade

Vamos celebrar a liberdade, conclamam Eric Clapton e sua guitarra mágica acompanhada da não menos mágica guitarra de Carlos Santana na música Day of Celebration. É necessário celebrar a liberdade para nós, nossos filhos e netos, dançando, cantando, como se fossemos ex-escravos. Mais do que festejar, é fundamental defendê-la como defendemos a própria vida, porque vida sem liberdade vida não é, é morte por derramamento lento e incontido de sangue: liberdade de ir e vir, de crença religiosa e de convicção política, de exercer uma profissão, de associação, de reunião e, especialmente, de expressão. Destaco a liberdade de expressão porque, a partir do momento em que se coíbe o direito de se manifestar um pensamento, seja qual for a forma de expressá-lo, a supressão das outras liberdades é uma consequência natural, tendo em vista que não se poderá revelar a indignação nem argumentar contra o arbítrio. Todos os meios de expressão devem ser tolerados, do grito de revolta ao de prazer; da nudez contra o uso de peles de animais ao corpete de couro trajado por fetiche; do grafite colorido nos muros às charges em preto e branco nos jornais; do Mein Kempt ao Das Kapital... Só a liberdade de expressão oferece o livre acesso à informação e ao conhecimento, e, por conseguinte, à livre escolha, essencial ao adequado funcionamento da melhor forma de governo conhecida: a democracia. Não é à-toa que a primeira coisa que os fundadores de regimes autoritários fazem, como o hitlerista e o marxista, é eliminar a liberdade de expressão, fechando jornais, queimando livros, e encarcerando livre-pensadores e artistas. Por essa razão, deve-se estar atento em relação a apelos moralistas a favor da censura, sob a máscara do politicamente correto.

Nenhum comentário: