23 de set. de 2008

Sobre a liberdade

Não sou de esquerda, apesar de ter citado Brecht. É que a repulsa à alienação está acima de orientação política. Não me enquadro em nenhuma corrente política, porque o enquadramento é sempre restritivo, mas, se adotarmos a distinção feita por Bobbio entre esquerda e direita, certamente não sou de esquerda. Pela simples razão de que, entre prestigiar a liberdade e privilegiar a igualdade, eu fico com a liberdade, sempre, e não admito que ela seja eliminada ou limitada em nome da igualdade. O único limite da liberdade deve ser a liberdade do outro, regra elementar. A liberdade não deve ser vista como sinônimo de irresponsabilidade nem de ausência de normas. Aquele que causar dano a terceiro deve ser responsabilizado na medida do dano; o que violar a lei deve ser apenado na exata proporção que afaste dele e da sociedade a sensação de impunidade, como já ensinava Beccaria. Ao Estado cabe a justiça, a saúde, a educação e a segurança, lição do Liberalismo do Século XVIII, atualíssima. Tudo de modo a propiciar a igualdade de oportunidades sem eliminar a meritocracia, estimulando uma competição saudável. Os partidos cujo discurso supervaloriza a igualdade ( ex. PT), em geral não valorizam o mérito mas a filiação partidária. Penso que o Estado deve ser mínimo e não deve substituir a sociedade civil ( ONGs ligadas a gente do governo ou que vivem às custas do contribuinte também não). Primeiro, porque o Estado gigante, para se sustentar, rouba recursos da sociedade civil, de quem empreende e cria o desenvolvimento, e é um ente que tende à corrupção e ao totalitarismo; segundo, porque as pessoas que se pretendem adultas não precisam de tutela, não deveriam precisar. O cidadão consciente, o que se faz respeitar e, por isso, é o que merece respeito, assume a liberdade e a responsabilidade que dela decorre, governa o seu destino e participa da condução dos rumos do planeta, delegando apenas o indispensável àqueles que se dizem nossos representantes mas que não trabalham por nenhum interesse que não o deles. Sobre a liberdade, recomendo a leitura de John Stuart Mill.

Um comentário:

Tânia N. disse...

Estamos com saudades suas...
Beijocas,