11 de out. de 2008

Alguém disse que não gosta muito dos poemas que publico aqui, meus e dos outros, porque são tristes.  Alguns são mesmo, porque todos retratam a vida, e a vida não é só alegrias. Mas todos procuram alcançar profundidade. Tocar a substância. Como não se arrepiar com um poema como"A flor e a náusea", do gigante Drummond? Existencialista até a última letra, se de um lado ele causa angústia frente à inicial falta de sentido da existência que expõe, de outro ele se rende à esperança de que é possível superar tal absurdo dando sentido ao viver,  pela ação dirigida para a transformação do nada em ser, pela poesia que preenche o branco da folha, pela flor que fura o asfalto. Como não se alegrar com essa perspectiva, que é real?

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